Eu poderia passar a vida toda
comendo iogurte com granola no café da manhã. Ponto.
A frase é polêmica e já me rendeu
uma certa fama de “Bela Gil”. Mas, eu realmente me satisfaço com esse desjejum.
É gostoso, é docinho, me deixa bem pra começar o dia.
Se eu fosse pra uma ilha deserta
e só pudesse levar uma quantidade mínima de mantimento, certamente eu levaria
iogurte e granola. Como seria uma emergência, tudo bem se o iogurte tivesse
lactose.
Só que minha tese alimentícia foi
recentemente abalada. E me fez refletir e ter vontade de escrever. O que faz um
dia, uma pessoa acordar e ter vontade de comer bacon no café?
OK, pessoalmente não posso
responder. Nunca comi bacon, salvo engano em alguma ocasião em que ele passou
despercebido no meio de uma quiche (ou um quiche? deixemos o gênero fora dessa
pauta) ou de um arroz sem personalidade.
Mas o que leva uma pessoa que já
se acostumou, que gosta, que sente prazer em tomar o mesmo café da manhã
sempre, ler seu jornal depois, acordar e sair atrás de um bacon? Ou de ovos
mexidos, mas preparados por um cozinheiro sem glamour, sem talento, um
cozinheiro qualquer? Será que a manteiga é que faz falta? Ou seria margarina?
Manteiga é ilusão. Prepare
qualquer coisa com manteiga. É claro que vai ficar mais saboroso. Manteiga é roubar
no jogo de cartas. É um curinga que te faz bater de primeira e também faz o
jogo perder a graça.
Mas somos livres pra buscar o que
nos dá prazer. E comer é um dos grandes prazeres da vida. E vice-versa.
Voltando ao bacon, e tentando
exercitar meu lado “Pollyana”, tentei analisar um caso em que eu me renderia à
essa tentação. Bolei uma hipótese.
Club Med. De Trancoso foi o que
eu conheci há uns anos atrás. Passei sete dias por lá. O sistema é o famoso “all inclusive”: beba e coma tudo o que
puder carregar nos braços até a mesa e na barriga até o fim do dia.
Realmente o café da manhã era uma
orgia. Frutas cuja existência até então eu desconhecia, ou que possivelmente
foram geneticamente criadas para fazer vista naquela mesa digna de Luís XIV.
Só que eu confesso que ficava
confusa...Tensa, nervosa...Muitas opções abalam minhas estruturas. Não sei lidar
bem. É como ir à sorveteria “Mil sabores” (se eu falar da Cairu de Belém, o
post vai ficar gigante). E no final das contas, me arrependi em todas as vezes
que abri mão do iogurte por um crème brulée...
Então, se você conseguiu ler esse
texto sem sal até aqui é para pensar no que te faz bem.
Não podemos ter tudo na vida. Se
deu vontade de comer bacon e ovo não é o fim do mundo! Mas, é melhor comer em
casa. Peça pra sua esposa fazer, ou faça você mesmo. Comer fora é perigoso.
Na maioria dos casos há relatos
de indigestão. Intoxicação alimentar. No mínimo, refluxo.
Se a Giselle Bündchen quisesse
dar pra você, você diria não? Já ouvi essa frase.
Só que a Gisele provavelmente não
daria pra você. Pelas últimas notícias dos tabloides ela não está dando nem pro
marido – “deus-grego versão Thor plus” - dela.
Mas vamos lá, a Gisele Bündchen
achou você um gato(a) e pediu, melhor, ela implorou pra você comê-la.
OK, coma a Gisele. Esse é o tipo
de crime que dispensa um álibi. Mas é a Gisele. São três estrelas do guia
Michelin. Não é só beleza. É mistério, é o sonho, é o desejo e a pulsão do
Freud. Não é o instinto.
Mas não coma bacon fora de casa.
É simples assim.
A gente se lambuza com o que vale
a culpa.
No meu caso, ainda fico com o iogurte
com granola.