domingo, 20 de setembro de 2015

Iogurte com granola




Eu poderia passar a vida toda comendo iogurte com granola no café da manhã. Ponto.

A frase é polêmica e já me rendeu uma certa fama de “Bela Gil”. Mas, eu realmente me satisfaço com esse desjejum. É gostoso, é docinho, me deixa bem pra começar o dia.

Se eu fosse pra uma ilha deserta e só pudesse levar uma quantidade mínima de mantimento, certamente eu levaria iogurte e granola. Como seria uma emergência, tudo bem se o iogurte tivesse lactose.

Só que minha tese alimentícia foi recentemente abalada. E me fez refletir e ter vontade de escrever. O que faz um dia, uma pessoa acordar e ter vontade de comer bacon no café?

OK, pessoalmente não posso responder. Nunca comi bacon, salvo engano em alguma ocasião em que ele passou despercebido no meio de uma quiche (ou um quiche? deixemos o gênero fora dessa pauta) ou de um arroz sem personalidade.

Mas o que leva uma pessoa que já se acostumou, que gosta, que sente prazer em tomar o mesmo café da manhã sempre, ler seu jornal depois, acordar e sair atrás de um bacon? Ou de ovos mexidos, mas preparados por um cozinheiro sem glamour, sem talento, um cozinheiro qualquer? Será que a manteiga é que faz falta? Ou seria margarina?

Manteiga é ilusão. Prepare qualquer coisa com manteiga. É claro que vai ficar mais saboroso. Manteiga é roubar no jogo de cartas. É um curinga que te faz bater de primeira e também faz o jogo perder a graça.

Mas somos livres pra buscar o que nos dá prazer. E comer é um dos grandes prazeres da vida. E vice-versa.

Voltando ao bacon, e tentando exercitar meu lado “Pollyana”, tentei analisar um caso em que eu me renderia à essa tentação. Bolei uma hipótese.

Club Med. De Trancoso foi o que eu conheci há uns anos atrás. Passei sete dias por lá. O sistema é o famoso “all inclusive”: beba e coma tudo o que puder carregar nos braços até a mesa e na barriga até o fim do dia.

Realmente o café da manhã era uma orgia. Frutas cuja existência até então eu desconhecia, ou que possivelmente foram geneticamente criadas para fazer vista naquela mesa digna de Luís XIV.

Só que eu confesso que ficava confusa...Tensa, nervosa...Muitas opções abalam minhas estruturas. Não sei lidar bem. É como ir à sorveteria “Mil sabores” (se eu falar da Cairu de Belém, o post vai ficar gigante). E no final das contas, me arrependi em todas as vezes que abri mão do iogurte por um crème brulée...

Então, se você conseguiu ler esse texto sem sal até aqui é para pensar no que te faz bem.

Não podemos ter tudo na vida. Se deu vontade de comer bacon e ovo não é o fim do mundo! Mas, é melhor comer em casa. Peça pra sua esposa fazer, ou faça você mesmo. Comer fora é perigoso.

Na maioria dos casos há relatos de indigestão. Intoxicação alimentar. No mínimo, refluxo.

Se a Giselle Bündchen quisesse dar pra você, você diria não? Já ouvi essa frase.

Só que a Gisele provavelmente não daria pra você. Pelas últimas notícias dos tabloides ela não está dando nem pro marido – “deus-grego versão Thor plus” - dela.

Mas vamos lá, a Gisele Bündchen achou você um gato(a) e pediu, melhor, ela implorou pra você comê-la.

OK, coma a Gisele. Esse é o tipo de crime que dispensa um álibi. Mas é a Gisele. São três estrelas do guia Michelin. Não é só beleza. É mistério, é o sonho, é o desejo e a pulsão do Freud. Não é o instinto.

Mas não coma bacon fora de casa. É simples assim.

A gente se lambuza com o que vale a culpa.

No meu caso, ainda fico com o iogurte com granola.